Aos desconhecidos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010 |


As pessoas devem me achar maluca né? Com 15 anos e cheia de problemas existenciais, rs. Mas não sou tão louca assim, talvez só um pouco. Ou talvez faça tempestade em um copo d'água já que mais cedo ou mais tarde todos passam pelos mesmos conflitos de escolher a profissão e tomar decisões importantes como eu.  Por que então será que eu acho que o meu problema é muito maior do que o dos outros?
Talvez eu escreva coisas aqui que são tão minhas que nem devesse postar, mas eu posto. Deve ser porque sinto uma imensa segurança de saber que ninguém conhecido vai ler, apenas pessoas que nunca vi na vida. É estranho perceber como é difícil se expor dessa maneira e mostrar suas maiores angústias e tudo o que você sente. É provável que talvez não fizesse isso cara a cara, nem mesmo com um estranho. Mas de frente para a tela do computador estou protegida, ninguém vê meus complexos por inteiro aqui. Quem lê sabe de muitas coisas que muitos amigos nem imaginam, mas na verdade, não é nem metade de tudo o que sinto.
Quando escrevo aqui não fico me censurando por achar que vão pensar que sou estranha, maluca, complexada, indecisa. Só escrevo. Tento colocar tudo o que eu não digo para fora de alguma forma, e a forma que escolhi e que amo é escrever. Afinal, sair pelada na rua não seria tanta exposição como mostrar meus sentimentos mais íntimos em um blog, que graça teria?

Sei lá, às vezes acho que de tanto querer me entendender me perco em mim mesma.


*E muito obrigada pelo selo Graziely, fiquei muito feliz de ter sido indicada :D

1 way 2 say those 3 words 4 you.

sábado, 20 de fevereiro de 2010 |


I love you.

Completa confusão.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010 |

 Sinto que se houvesse alguém que pudesse ler minha mente, nada entenderia. Penso que nem eu mesma me entendo. Vivo sempre nessa mesma confusão, nunca consigo me arrumar. Gostaria de fazer uma 'faxina geral' em minha mente, organizar meus pensamentos, reconsiderar minhas metas e tomar decisões definitivas. Mas isso está tão longe de mim! Meu mundo paralelo é esse tumulto. Isso me define por completo. Se meu planeta particular não fosse às avessas que graça teria? Essa não seria eu! Perder-me em meus próprios pensamentos é meu passatempo favorito. Quanto mais tento colocar ordem nessa bagunça, mais bagunçado fica! Qauanto mais respostas procuro, mais perguntas encontro. Será que sou louca?

"E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço." [C.L.]

Entre erros e acertos a gente nasceu pra ser feliz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 |

O medo de errar nos impede de fazer o que temos vontade. Temos vontade de seguir o caminho mais difícil, temos convicção de que indo naquela direção seremos mais felizes, mas o medo de todo o esforço ser em vão nos entorpece. Então deixamos de ter atitudes que gostaríamos simplesmente por ter medo. Temos medo de fazer a escolha errada, de estarmos equivocados.
Mas o medo é algo a ser enfrentado, afinal, a gente nasceu pra ser feliz!

"Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que ele foi construído."
Rudyard Kipling

Bifurcação.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010 |

Às vezes surge a dúvida se estamos escolhendo o caminho certo, surge a incerteza entre o percurso reto e o sinuoso, o primeiro é seguro, já o segundo é cheio de riscos. E se escolhermos um dos caminhos e não nos sentirmos completamente realizados? Escolhas são muito difíceis, dependem apenas de nós, e esse é o problema: se der errado, o único culpado é você mesmo. O poder de transferir a culpa para alguém é tão tranquilizador. Não que isso seja certo, claro que não é, mas a vontade de fazê-lo é da natureza humana e podendo culpar alguém por algo que deu errado você não precisa ser totalmente responsabilizado pela falha. E o erro dói, dói muito. O sentimento de impotência se faz presente, assim como a sensação de desapontamento, afinal, você acreditava em si mesmo, tinha certeza de que aquela escolha era a certa e que tudo sairia bem, você tinha expectativas e acaba ficando frustrado. Começamos a nos diminuir e esquecemos do principal: errar é normal. Sem perceber nos cobramos tanto para fazer tudo sempre certo que acabamos esquecendo que não há problema se falharmos pois isso é comum ao ser humano, não somos livres de erros. Mas o mais difícil é arcar com as consequências de seus erros, já que a culpa é completamente sua. E se a escolha for equivocada e der tudo errado, será que ainda haverá tempo para recomeçar?

Estou confusa, não quero fazer escolhas nem tomar decisões. São tantos sentimentos que palpitam em mim.

Não se acostume.

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Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Minhas humanidades contra minhas exatidões.

domingo, 14 de fevereiro de 2010 |

Minha vida é feita de humanidades, nunca pude desejar nada como exatidão, talvez seja por isso que não gosto de disciplinas exatas. Como é possível definir tudo e colocar quaisquer conclusões em números? Como viver de certezas, de preto e branco, de sim ou não? Eu quero dúvidas e interrogações, quero as nuances entre o preto e o branco, quero menos números e mais compreensão, quero o talvez. Não quero números que definam, quero palavras que instiguem.
Nunca consigo ter certezas absolutas, nem sei se acredito que elas existam. Sou apaixonada pelas palavras, cada uma tem seu significado dependendo do contexto e do leitor. Cada indivíduo entende uma obra literária de seu jeito. Isso é incrível! A mesma obra pode trazer vários sentimentos diferentes, depende apenas do leitor. Cada um faz das palavras o que quiser. É, as palavras têm poder.

"A palavra é meu domínio sobre o mundo." [C.L]

*A maior parte desse texto foi escrita durante uma enfadonha aula de química.

Flor-de-Lótus.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 |

Música, aqui.
Estava indo para o colégio com meu pai e ele estava ouvindo rádio. Em um certo momento, não sei em qual contexto, o radialista disse que a flor-de-lótus, grande símbolo de espiritualidade no Oriente, após nascer do lodo, cria uma película protetora contra quaisquer malefícios. Ela possui essa impermeabilidade para impedir que composições externas a alterem. Assim, todas as noites, o orvalho cai sobre ela e limpa qualquer sujeira que possa ter caído sem interferir em sua beleza. Então a flor-de-lotus amanhece estonteante novamente e livre de impurezas.
Como eu gostaria de ser assim, possuir uma película protetora, ser impermeável a qualquer coisa que pudesse me abalar. Poder estar assim, viver assim: como uma flor-de-lótus que emerge em águas lodosas linda e majestosa, mostrando que nada, absolutamente nada, a pode abater.

Rotina.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 |

As vezes a vida nos dá presentes que não conseguimos enxergar.

Hoje depois da aula minha mãe foi me buscar no colégio e a chave do carro quebrou na porta. Não havia como ligar o carro e a chave reserva estava em casa.
As vezes precisamos de situações incovenientes para mudar nossa rotina simplesmente porque não conseguimos nos desvincilhar daquilo que já estamos acostumados. Para nós, trocar nossos antigos costumes por atitudes novas é muito difícil, preferimos continuar fazendo tudo do mesmo jeito e novas situações parecem transtornos para nós.
Essas situações são como sinais da vida, como um grito que diz "Acorda! Sua vida é agora, faça diferente, pelo menos hoje".
Pequenas mudanças podem fazer toda a diferença, como por exemplo mudar o caminho na hora de ir pra casa, passear de bicicleta pelo bairro. Você pode descobrir lugares legais que nem imaginava que existiam.
Essas diferentes atitudes estimulam nosso cérebro, ajudam na criatividade, rejuvenescem. Obrigam-nos a pensar mais, a refletir mais, a viver mais.
Hoje voltei para casa de ônibus, vi mais pessoas, conversei no ponto, me tornei mais sociável, dei bom dia para o motorista e para a cobradora, me senti mais feliz, mais leve, mais inspirada e estimulada.
Enfim, simplesmente saí da minha rotina, da minha zona de conforto e me senti melhor.
Minha mãe teve que voltar lá para buscar o carro, e no caminho para o ponto encontrou uma ferradura. A vida realmente é cheia de surpresas.

Saia da rotina!

"O que me mata é o cotidiano. Eu queria só exceções."
[C.L.]

Poetas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010 |


Hoje, na aula de literatura meu professor disse "O poeta possui várias almas em si". Achei a frase incrível e anotei. Segundo ele, cada pessoa possui pelo menos duas personalidades: uma que mostramos em público e outra que não revelamos, que fica apenas conosco. O poeta teria, as vezes, até mais de duas personalidades. Eu, que também adoro psicologia, fui uma das únicas alunas prestando atenção enquanto muitos dormiam. Senti-me fascinada. A mistura de psicologia com literatura é tão incrível que me fez viajar. As vezes me sinto como uma poetisa, que muda de personalidade e de humor a cada momento. Isso não significa dizer que sou falsa ou algo do tipo, pois todas as personalidades são versões diferentes de mim, e em cada personalidade sou apenas eu mesma.

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."
[C.L.]

Ou 15, ou 30.

domingo, 7 de fevereiro de 2010 |

Música aqui.
As vezes somos obrigados a amadurecer mais rápido do que conseguimos, mais rápido do que é possível. E então de repente esperam que você tenha atitudes e decisões que pessoas de 30 anos teriam, quando na verdade você ainda tem 15.
Esperam que você tome decisões que mudarão completamente sua vida, colocam toda a responsabilidade em você. Mas como essa responsabilidade é pesada! Queria poder tirá-la dos meus ombros agora mesmo. Não queria ter que tomar essas decisões. Queria que minhas únicas preocupações fossem estar bonita naquela festa ou conseguir chamar a atenção daquele menino do colégio. Mas para mim é tudo diferente, minha responsabilidade é maior. Ter que escolher uma carreira, uma profissão que você vai exercer pelo resto da vida não é fácil. Mas quem disse que seria? Principalmente quando você ainda tem 15 anos e não amadureceu o necessário para isso.
O medo de fazer a escolha errada me assusta. Mas "que o medo não tenha tanto poder sobre nós...No amor, no trabalho, na vida. Que o medo não tenha...Amém" [E.R.]


*Eu tenho 15 anos e estou no último ano do colégio. Sim, eu sou adiantada, por isso o peso parece ser maior para mim.

Extremos.

sábado, 6 de fevereiro de 2010 |


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa."
Clarice Lispector