Melting.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010 |

Foi tão rápido. Você simplesmente apareceu e me arrebatou, assim, de um jeito esquisito. Como nunca havia acontecido antes.
Acho que baixei a guarda, confiei demais, me deixei levar. Só agora eu percebi o que está acontecendo. Me diz, o que é que eu faço?
Você sempre chega com esse seu sorrisão, me conquistando a cada dia. E quando você me cumprimenta eu sinto que derreto completamente, meio como naquela cena de Amélie Poulain. É estranho que você não tenha percebido, você é mesmo muito desligado. E a ternura com a qual eu te olho todas as vezes, todo mundo já percebeu.
É, era isso que eu queria, passar a tarde toda abraçada com você assistindo "Amelie Poulain". E quando terminasse a gente ia conversar sobre a simplicidade do filme, a leveza. E todo o meu encantamento iria aumentar ainda mais. Ou a gente poderia ver "Um amor pra recordar", eu sei que você adora. A gente ficaria assim, só isso. Conseguiríamos ficar muito tempo só nos olhando nos olhos, sem dizer uma palavra, e essa seria a conexão mais incrível que teríamos. Pelos seus olhos eu veria a sua alma e você veria a minha, e a gente se comunicaria sem usar palavras, e poderíamos garantir a todos que desse jeito sentimos muito mais, nos entendemos muito mais, nos conectamos muito mais.
Você nem repara em nada disso né? E eu continuo suspirando toda vez que você passa, que você fala, que você me olha. Eu sou muito boba mesmo. Mas eu acho que o amor é assim mesmo: meio bobo, chega do nada, e, se necessário, fica esperando o outro, pelo tempo que for.

E é assim que eu me sinto toda vez que você aparece.

I remember what you wore in our first day.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010 |


So maybe it's true that I can't live without you.

Para atravessar agosto...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010 |

“…Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um.Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún, ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à luz da lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informação para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo; evasão, escapismos. Assumidos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.”
Caio Fernando Abreu - Sugestões Para Atravessar Agosto.

Eu.

quinta-feira, 29 de julho de 2010 |


"-Você tem um cigarro?
 -Estou tentando parar de fumar.
 -Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
 -Você tem uma coisa nas mãos agora.
 -Eu?
 -Eu."

C.F.

I'm a junkie over you.

sexta-feira, 9 de julho de 2010 |

It's like I'm falling in love.

Renoir.

sábado, 3 de julho de 2010 |


- Sabe a garota do copo de água?
- Sei.
- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?

Em teu nome...

sexta-feira, 28 de maio de 2010 |

 Escrito e dirigido pelo cineasta gaúcho Paulo Nascimento, o filme é baseado em fatos reais e se passa no contexto da ditadura militar, início dos anos 70. Em um momento em que a sociedade resistia à tal situação, grupos políticos se organizavam para enfrentar o regime, alguns deles escolhendo o confronto armado.
O filme narra a história de Boni, estudante de engenharia , que opta pela luta armada mesmo se sentindo inseguro com sua escolha. Teme por seus familiares, amigos e namorada.
 É preso, torturado e banido do país. Vai viver no Chile com sua companheira Cecília e então começa a encarar a sociedade de outra maneira.
Com o golpe militar que derruba Allende, presidente do Chile neste contexto, sua vida muda novamente.
Boni vai para a Argélia com Cecília e seu filho (nascido no Chile), e então nasce mais um filho. Parte para Paris onde é escolhido presidente do Comitê Brasileiro da Luta pela Anistia.
De volta ao Brasil, nove anos depois de ser exilado, possui uma outra dimensão do mundo

Em teu nome foi ganhador de quatro Kikitos do 37° Festival de Cinema de Gramado (Melhor Diretor, Melhor Ator para Leonardo Machado, Melhor Música e Prêmio Especial do Júri)

Sobre amores, expectativas e filmes de romance.

terça-feira, 11 de maio de 2010 |

 Hoje após ler um post de uma amiga e ir para minha reflexão diária (ou seja, banho) eu percebi: estou obcecada por um romance. Fico sonhando a cada dia com o menino ideal.
A mídia nos mostra cada vez casais mais perfeitos, histórias de felizes para sempre, homens românticos e carinhosos, a gente acredita. Espera pela perfeição em forma de homem, e cadê? Eu esqueço que não é real. Histórias de filmes, novelas, livros...nada disso é verdade. E toda aquela coisa de destino, de cartas marcadas em que te fazem acreditar.
Existe uma pesquisa que aborda esse assunto, saiu na BBC Brasil e você pode lê-la AQUI.
A pesquisa diz que comédias românticas prejudicam a vida afetiva pois os que veem criam expectativas que não serão correspondidas, já que as cenas mostradas são irreais. E o pior, as pessoas sabem que são situações idealizadas e mesmo assim esperam que aconteça com elas. (como por exemplo eu. haha')
Você começa a confiar que nada disso é real e se conforma, acredita na tal pesquisa e tenta parar de se iludir.
Até que você lembra daquele casal que você conhece: ela é linda, ele é mais ainda, ambos são simpáticos, extrovertidos, felizes e tiram fotos perfeitas. O menino é super romântico e carinhoso e a menina adora. De repente você começa a acreditar (de novo) que o menino perfeito existe sim e que algum dia você ainda vai encontrar o seu. Afinal, se aquela menina que você conhece encontrou, porque você não consegue?
E então fico eu esperando, esperando, esperando...


P.S.: Eu conheço o casal da foto.
P.P.S.: Caso alguém reconheça, sim, o menino da foto já foi colírio da Capricho.

Encontros Casuais.

segunda-feira, 10 de maio de 2010 |

 "Pois é, talvez todo encontro casual seja, na verdade, um encontro marcado." - The Dreamers

Adoro poder acreditar nessa afirmativa, é tão bom sentir que tudo acontece por algum motivo, pensar que todas as pessoas que você encontra ou conhece é por alguma razão, que aquele por quem você passa na rua talvez se torne a pessoa mais especial da sua vida. É incrível pensar como milhares de vidas se conectam de um jeito estranho e inexplicável. Creio que exista até um teoria sobre isso.

E se todos os encontros casuais que temos forem encontros marcados? E se tudo o que acontece já estivesse previsto, programado para acontecer ? E se todos os atos que temos forem, na verdade, controlados? Sei lá, às vezes penso nessas questões meio loucas.
É  incrível como cada pessoa faz farte de um mundo diferente, um mundo só dela. Enquanto você está na rua passam milhares de pessoas por você, cada uma pertencente ao seu próprio mundo. Elas passando por diversas situações: indo a um compromisso, tendo desilusões amorosas, planejando o casamento, pensando em largar o emprego, querendo fazer uma viagem, xingando o chefe mentalmente...
São tantas as possibilidades, e quando você passa por certa pessoa na rua, você desconhece completamente esse mundo secreto ao qual ela pertence. É estranho. Vocês nunca quiseram saber o que cada pessoa por quem passam na rua está indo fazer ou pensando? Cada um tem sua vida, seus problemas, suas preocupações, mas, estando entre desconhecidos, cada um é só mais um. Até que você o conheça.

I still believe.

quarta-feira, 5 de maio de 2010 |

 Hoje o tema do curso de inglês foi amor. Que ótimo! Logo que entrei fui bombardeada com um 'Are you in love?'. Logo eu, romântica irremediável, tendo que passar uma hora e meia discutindo sobre o amor, almas gêmeas, destino...
Sou muito ingênua mesmo, nem sei porque acredito nessas coisas. Vejo o tempo todo vários apaixonados quebrando a cara e ainda assim continuo fantasiando relações, criando expectativas, alimentando paixões platônicas. Coisa de garota boba que (in)felizmente ainda acredita em contos de fada.

"'Cause when you're fifteen and somebody tells you they love you 
you're gonna believe them"

My Dearest Allie,

terça-feira, 27 de abril de 2010 |

I couldn't sleep last night because I know that it's over between us. I'm not bitter anymore, because I know that what we had was real. And if in some distant place in the future we see each other in our new lives, I'll smile at you with joy and remember how we spent the summer beneath the trees, learning from each other and growing in love.
The best love is the kind that awakens the soul and makes us reach for more, that plants a fire in our hearts and brings peace to our minds, and that's what you've given me. That's what I hope to give to you forever. I love you. I'll be seeing you.  
Noah

Liberdade.

terça-feira, 6 de abril de 2010 |

 “Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.”
 Clarice Lispector

Expectativa e Frustração: Sinônimos.

domingo, 28 de março de 2010 |

"É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado." CFA

E a tal da expectativa? Sensação que cresce na gente cada dia mais diante de uma situação, vai se formando, pouco a pouco. Até que em um momento estamos esperando, esperando, esperando, e acreditando que algo será incrível.
Ilusão, já que sempre esperamos mais do que qualquer acontecimento pode ser. E então, tcharãm, frustração. E lá estamos de novo, chorando pelo cara que não ligou, reclamando da festa que não foi tão boa assim, achando que o nosso amigo deveria ter tido outra atitude, achando que nós mesmos deveríamos ter tido outra atitude...
Frustração, simplesmente isso.

"Excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração." Martha Medeiros

This shit sucks!

terça-feira, 2 de março de 2010 |


Nunca, quando era pequena, parei para pensar que quando eu fosse mais velha teria que tomar decisões e arcar com as consequências dos meus atos, que teria que ter milhões de responsabilidades, e não teria mais a isenção por ser criança. Eu só queria 'ser grande', legal como as meninas que eu via no colégio que já estavam no ensino médio. Grande ilusão, já que as pessoas do ensino médio, em sua maioria, não são nada legais hahaha. 
Achava o máximo as pessoas dizendo: 'sou vestibulando', ficava imaginando quando chegaria a minha vez, quando eu falaria isso também, pensava que irira me sentir no topo do mundo. Agora posso dizer 'sou vestibulanda', mas isso não me deixou mais feliz. A única coisa que consigo sentir é confusão e insegurança. This shit sucks!

Aos desconhecidos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010 |


As pessoas devem me achar maluca né? Com 15 anos e cheia de problemas existenciais, rs. Mas não sou tão louca assim, talvez só um pouco. Ou talvez faça tempestade em um copo d'água já que mais cedo ou mais tarde todos passam pelos mesmos conflitos de escolher a profissão e tomar decisões importantes como eu.  Por que então será que eu acho que o meu problema é muito maior do que o dos outros?
Talvez eu escreva coisas aqui que são tão minhas que nem devesse postar, mas eu posto. Deve ser porque sinto uma imensa segurança de saber que ninguém conhecido vai ler, apenas pessoas que nunca vi na vida. É estranho perceber como é difícil se expor dessa maneira e mostrar suas maiores angústias e tudo o que você sente. É provável que talvez não fizesse isso cara a cara, nem mesmo com um estranho. Mas de frente para a tela do computador estou protegida, ninguém vê meus complexos por inteiro aqui. Quem lê sabe de muitas coisas que muitos amigos nem imaginam, mas na verdade, não é nem metade de tudo o que sinto.
Quando escrevo aqui não fico me censurando por achar que vão pensar que sou estranha, maluca, complexada, indecisa. Só escrevo. Tento colocar tudo o que eu não digo para fora de alguma forma, e a forma que escolhi e que amo é escrever. Afinal, sair pelada na rua não seria tanta exposição como mostrar meus sentimentos mais íntimos em um blog, que graça teria?

Sei lá, às vezes acho que de tanto querer me entendender me perco em mim mesma.


*E muito obrigada pelo selo Graziely, fiquei muito feliz de ter sido indicada :D

1 way 2 say those 3 words 4 you.

sábado, 20 de fevereiro de 2010 |


I love you.

Completa confusão.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010 |

 Sinto que se houvesse alguém que pudesse ler minha mente, nada entenderia. Penso que nem eu mesma me entendo. Vivo sempre nessa mesma confusão, nunca consigo me arrumar. Gostaria de fazer uma 'faxina geral' em minha mente, organizar meus pensamentos, reconsiderar minhas metas e tomar decisões definitivas. Mas isso está tão longe de mim! Meu mundo paralelo é esse tumulto. Isso me define por completo. Se meu planeta particular não fosse às avessas que graça teria? Essa não seria eu! Perder-me em meus próprios pensamentos é meu passatempo favorito. Quanto mais tento colocar ordem nessa bagunça, mais bagunçado fica! Qauanto mais respostas procuro, mais perguntas encontro. Será que sou louca?

"E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço." [C.L.]

Entre erros e acertos a gente nasceu pra ser feliz.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 |

O medo de errar nos impede de fazer o que temos vontade. Temos vontade de seguir o caminho mais difícil, temos convicção de que indo naquela direção seremos mais felizes, mas o medo de todo o esforço ser em vão nos entorpece. Então deixamos de ter atitudes que gostaríamos simplesmente por ter medo. Temos medo de fazer a escolha errada, de estarmos equivocados.
Mas o medo é algo a ser enfrentado, afinal, a gente nasceu pra ser feliz!

"Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que ele foi construído."
Rudyard Kipling

Bifurcação.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010 |

Às vezes surge a dúvida se estamos escolhendo o caminho certo, surge a incerteza entre o percurso reto e o sinuoso, o primeiro é seguro, já o segundo é cheio de riscos. E se escolhermos um dos caminhos e não nos sentirmos completamente realizados? Escolhas são muito difíceis, dependem apenas de nós, e esse é o problema: se der errado, o único culpado é você mesmo. O poder de transferir a culpa para alguém é tão tranquilizador. Não que isso seja certo, claro que não é, mas a vontade de fazê-lo é da natureza humana e podendo culpar alguém por algo que deu errado você não precisa ser totalmente responsabilizado pela falha. E o erro dói, dói muito. O sentimento de impotência se faz presente, assim como a sensação de desapontamento, afinal, você acreditava em si mesmo, tinha certeza de que aquela escolha era a certa e que tudo sairia bem, você tinha expectativas e acaba ficando frustrado. Começamos a nos diminuir e esquecemos do principal: errar é normal. Sem perceber nos cobramos tanto para fazer tudo sempre certo que acabamos esquecendo que não há problema se falharmos pois isso é comum ao ser humano, não somos livres de erros. Mas o mais difícil é arcar com as consequências de seus erros, já que a culpa é completamente sua. E se a escolha for equivocada e der tudo errado, será que ainda haverá tempo para recomeçar?

Estou confusa, não quero fazer escolhas nem tomar decisões. São tantos sentimentos que palpitam em mim.

Não se acostume.

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Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Minhas humanidades contra minhas exatidões.

domingo, 14 de fevereiro de 2010 |

Minha vida é feita de humanidades, nunca pude desejar nada como exatidão, talvez seja por isso que não gosto de disciplinas exatas. Como é possível definir tudo e colocar quaisquer conclusões em números? Como viver de certezas, de preto e branco, de sim ou não? Eu quero dúvidas e interrogações, quero as nuances entre o preto e o branco, quero menos números e mais compreensão, quero o talvez. Não quero números que definam, quero palavras que instiguem.
Nunca consigo ter certezas absolutas, nem sei se acredito que elas existam. Sou apaixonada pelas palavras, cada uma tem seu significado dependendo do contexto e do leitor. Cada indivíduo entende uma obra literária de seu jeito. Isso é incrível! A mesma obra pode trazer vários sentimentos diferentes, depende apenas do leitor. Cada um faz das palavras o que quiser. É, as palavras têm poder.

"A palavra é meu domínio sobre o mundo." [C.L]

*A maior parte desse texto foi escrita durante uma enfadonha aula de química.

Flor-de-Lótus.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 |

Música, aqui.
Estava indo para o colégio com meu pai e ele estava ouvindo rádio. Em um certo momento, não sei em qual contexto, o radialista disse que a flor-de-lótus, grande símbolo de espiritualidade no Oriente, após nascer do lodo, cria uma película protetora contra quaisquer malefícios. Ela possui essa impermeabilidade para impedir que composições externas a alterem. Assim, todas as noites, o orvalho cai sobre ela e limpa qualquer sujeira que possa ter caído sem interferir em sua beleza. Então a flor-de-lotus amanhece estonteante novamente e livre de impurezas.
Como eu gostaria de ser assim, possuir uma película protetora, ser impermeável a qualquer coisa que pudesse me abalar. Poder estar assim, viver assim: como uma flor-de-lótus que emerge em águas lodosas linda e majestosa, mostrando que nada, absolutamente nada, a pode abater.

Rotina.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 |

As vezes a vida nos dá presentes que não conseguimos enxergar.

Hoje depois da aula minha mãe foi me buscar no colégio e a chave do carro quebrou na porta. Não havia como ligar o carro e a chave reserva estava em casa.
As vezes precisamos de situações incovenientes para mudar nossa rotina simplesmente porque não conseguimos nos desvincilhar daquilo que já estamos acostumados. Para nós, trocar nossos antigos costumes por atitudes novas é muito difícil, preferimos continuar fazendo tudo do mesmo jeito e novas situações parecem transtornos para nós.
Essas situações são como sinais da vida, como um grito que diz "Acorda! Sua vida é agora, faça diferente, pelo menos hoje".
Pequenas mudanças podem fazer toda a diferença, como por exemplo mudar o caminho na hora de ir pra casa, passear de bicicleta pelo bairro. Você pode descobrir lugares legais que nem imaginava que existiam.
Essas diferentes atitudes estimulam nosso cérebro, ajudam na criatividade, rejuvenescem. Obrigam-nos a pensar mais, a refletir mais, a viver mais.
Hoje voltei para casa de ônibus, vi mais pessoas, conversei no ponto, me tornei mais sociável, dei bom dia para o motorista e para a cobradora, me senti mais feliz, mais leve, mais inspirada e estimulada.
Enfim, simplesmente saí da minha rotina, da minha zona de conforto e me senti melhor.
Minha mãe teve que voltar lá para buscar o carro, e no caminho para o ponto encontrou uma ferradura. A vida realmente é cheia de surpresas.

Saia da rotina!

"O que me mata é o cotidiano. Eu queria só exceções."
[C.L.]

Poetas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010 |


Hoje, na aula de literatura meu professor disse "O poeta possui várias almas em si". Achei a frase incrível e anotei. Segundo ele, cada pessoa possui pelo menos duas personalidades: uma que mostramos em público e outra que não revelamos, que fica apenas conosco. O poeta teria, as vezes, até mais de duas personalidades. Eu, que também adoro psicologia, fui uma das únicas alunas prestando atenção enquanto muitos dormiam. Senti-me fascinada. A mistura de psicologia com literatura é tão incrível que me fez viajar. As vezes me sinto como uma poetisa, que muda de personalidade e de humor a cada momento. Isso não significa dizer que sou falsa ou algo do tipo, pois todas as personalidades são versões diferentes de mim, e em cada personalidade sou apenas eu mesma.

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."
[C.L.]

Ou 15, ou 30.

domingo, 7 de fevereiro de 2010 |

Música aqui.
As vezes somos obrigados a amadurecer mais rápido do que conseguimos, mais rápido do que é possível. E então de repente esperam que você tenha atitudes e decisões que pessoas de 30 anos teriam, quando na verdade você ainda tem 15.
Esperam que você tome decisões que mudarão completamente sua vida, colocam toda a responsabilidade em você. Mas como essa responsabilidade é pesada! Queria poder tirá-la dos meus ombros agora mesmo. Não queria ter que tomar essas decisões. Queria que minhas únicas preocupações fossem estar bonita naquela festa ou conseguir chamar a atenção daquele menino do colégio. Mas para mim é tudo diferente, minha responsabilidade é maior. Ter que escolher uma carreira, uma profissão que você vai exercer pelo resto da vida não é fácil. Mas quem disse que seria? Principalmente quando você ainda tem 15 anos e não amadureceu o necessário para isso.
O medo de fazer a escolha errada me assusta. Mas "que o medo não tenha tanto poder sobre nós...No amor, no trabalho, na vida. Que o medo não tenha...Amém" [E.R.]


*Eu tenho 15 anos e estou no último ano do colégio. Sim, eu sou adiantada, por isso o peso parece ser maior para mim.

Extremos.

sábado, 6 de fevereiro de 2010 |


"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa."
Clarice Lispector